Várias pessoas já se acostumaram com os famosos "óculos de descanso". Agora pergunta-se: estes óculos realmente existem?
Bem, partindo-se da premissa que se existe sintoma existe um agente causador, seria correto então focalizar a atuação do Optometrista no sintoma ou na causa.?
Sabemos que a sintomatologia apresentada por alguém que se queixa da visão é muito semelhante considerando quatro grandes eixos de análise visual.
1 - Análise Óptica - Avalia-se a existência de uma ametropia ( miopia, hipermetropia, astigmatismo);
2 - Análise Motora - Avalia-se o perfeito alinhamento dos olhos permitindo uma visão binocular satisfatória para visão de longe e perto. Mede-se para isso valores como ACA, PPC, RFP, RFN, etc...
3 - Análise Fisiológica - Avalia-se aspectos acomodativos (presença de presbiopia) ou, em pacientes jovens, a capacidade de acomodação diante de algum estímulo. Mede-se valores como AA, ARP, ARN, Flexibilidade, etc..
4 - Análise Ocupacional - Ou habitual, avalia-se a utilização da visão no dia-a-dia. Observando aspectos como, iluminação do local de trabalho, postura ergométrica, atividades com PC, dentre outras.
Diante destas análises, obrigatórias durante o atendimento do Optometrista, e mediante os sintomas apresentados, certamente encontraremos uma causa. Assim, os óculos prescritos jamais teriam o caráter de descanso mais, um tratamento com foco direto na causa e um necessário acompanhamento clínico.
Com estas poucas palavras sou adepto da teoria, já comprovada pela prática, de que não existe óculos de descanso. O que podemos apresentar para o paciente de forma correta é o tratamento para eliminar de uma vez por todas os sintomas apresentados.
Este é um grande ítem que serve para diferenciar ainda mais a atuação de Optometristas frente ao trabalho de outros especialistas.
O que você acha? Já lhe prescreveram óculos de descanso?
Depois aprofundaremos mais este tema.